Santuário Arquidiocesano São Miguel e Almas

História

"Bendito o Patriarca"
Capela de São José
(Hospital de Misericórdia)

    Endereço: Av. Pres. Getúlio Vargas, 25 - Bairro: Centro - Missa: 2ª sexta-feira do mês – 15h

    A Capela que cumpre o papel mais que meramente religioso, ou seja, é local de alento às dores espirituais advindas das enfermidades corporais. É a Capela de São José da Santa Casa de Misericórdia de Santos Dumont que há muito vem cumprindo este papel. Não podemos deixar de falar da origem das Santas Casas no Brasil o que nos leva à criação das Capelas. “A origem das Santas Casas no Brasil Em agosto de 1498, surgiu em Portugal a Irmandade da Misericórdia, entidade com fins humanitários, instituída com o compromisso da Misericórdia de Lisboa, inspirada no exemplo de caridade de Frei Miguel de Contreiras e patrocinada pela Rainha Leonor de Lancastre, esposa de Dom João II. Esta Irmandade, constituída por 300 membros, metade nobres e metade plebeus, gerou uma visão mais sensível do mundo, originando um número cada vez maior de Casas de Misericórdia por todo o país. A primeira Casa de Misericórdia do Brasil, denominada “Hospital de Santos”, foi fundada por Braz Cubas, em 1543, com o objetivo de exercer a caridade onde quer que houvesse dor física ou moral a aliviar. Mais tarde, foi eliminada também a discriminação entre nobres e plebeus para membros da Irmandade. A partir de 1839, com a Lei nº 148, ficou livre a criação de hospitais de caridade em todas as cidades que deles carecessem, concedendo-lhes favores e auxílios. Era o início da história das misericórdias brasileiras, atuantes no processo de evolução da medicina e do senso filantrópico da população. Atualmente no Brasil, as Santas Casas somam mais de 2.500 hospitais, espalhados em todo o território nacional, responsáveis por cerca de 50% do número de leitos hospitalares existentes no país, na maioria dos casos, consolidando-se como Centros Regionais de Referência e Excelência Médica. O estado de Minas Gerais possui 258 instituições filantrópicas de saúde”. (http://www.santacasamontesclaros.com.br/index.php/historia).

    Junto às Santas Casas foram erigidas as Capelas que servem como espaço de oração e assistência aos enfermos e familiares. A nossa Santa Casa de Misericórdia, hoje Hospital de Misericórdia de Santos Dumont, inicia suas atividades em 1902 naquela época com o nome de Santa Casa de Palmyra, com o apoio da Irmandade São José e administração de quatro irmãs de caridade. Desde então a preocupação com a assistência espiritual é uma constante, pois já em 1904 havia a intenção de se construir uma Capela, ideia efetivada com a ação de um sandumonense de grande valor: o Senhor Sérgio Neves. A Capela foi inaugurada em 26 de abril de 1931 com uma missa celebrada pelo Bispo Diocesano dom Justino José de Santana e com a presença da Orquestra do Rio de Janeiro. A partir daí casamentos, formaturas, missas solenes eram realizados na Capela de São José da Santa Casa de Misericórdia. Com o passar do tempo foi necessária uma reforma no Hospital, mas a Capela foi esquecida servindo apenas para os velórios. Foi cogitada a demolição da Capela, o que felizmente não aconteceu, pois na administração do prefeito José Antônio Pedro a Capela foi repassada para a Paróquia de São Miguel e Almas. Em abril de 2002 a Pastoral da Saúde iniciou uma reforma, apoiada pela Paróquia e conseguiu recuperá-la e hoje figura como mais uma comunidade da Paróquia de São Miguel e Almas. A Pastoral da Saúde realiza ali um trabalho de grande valor não só para os enfermos, mas para toda a comunidade sandumonense, uma vez que toda 2a, 4a e 6a feira é feita a triagem entre os pacientes e logo após ministrada a sagrada eucaristia e toda 5a feira é celebrada a Santa Missa. “Valei-me São José! Seja minha luz e guia, minha proteção e defesa, minha fortaleza e alegria em todos os meus trabalhos e tribulações, principalmente, na hora da agonia. Amém!” (fonte: José Raimundo Bandeira- “Da Palmyra que eu conheci a Santos Dumont que eu vi nascer.”).

    Ana Maria Marques Dias - Divisão de Arquivo Público e Patrimônio Cultural.

    História de São José:
    "Bendito Patriarca São José

    De acordo com a Igreja, São José é considerado um dos santos mais populares, sendo proclamado o ‘protetor da Igreja Católica Romana’. Por seu ofício como carpinteiro, é considerado o ‘padroeiro dos trabalhadores’, e pelo carinho e fidelidade à sua esposa, é também o ‘padroeiro das famílias’. Muitos peregrinos que vão à Terra Santa visitam a Igreja de São José, localizada a poucos metros da Basílica da Anunciação, na cidade de Nazaré. Foi por meio das escavações arqueológicas que descobriram o lugar onde teria vivido a Sagrada Família de Nazaré. Acima deste espaço é que foi construída tal igreja. São muito poucos os dados sobre as origens, a infância e a juventude de José, o humilde carpinteiro de Nazaré, pai terrestre e adotivo de Jesus Cristo, e esposo da Virgem de todas as virgens, Maria. Sabemos apenas que era descendente da casa de David. Mas, a parte de sua vida da qual temos todo o conhecimento basta para que sua canonização seja justificada. José é, praticamente, o último elo de ligação entre o Velho e o Novo Testamento, o derradeiro patriarca que recebeu a comunicação de Deus vivo, através do caminho simples dos sonhos. Sobretudo escutou a palavra de Deus vivo.

      Escutando no silêncio. Nas Sagradas Escrituras não há uma palavra sequer pronunciada por José. Mas, sua missão na História da Salvação Humana é das mais importantes: dar um nome a Jesus e fazê-lo descendente de David, necessário para que as profecias se cumprissem. Por isso, na Igreja, José recebeu o título de "homem justo". A palavra "justo" recorda a sua retidão moral, a sua sincera adesão ao exercício da lei e a sua atitude de abertura total à vontade do Pai celestial. Também nos momentos difíceis e às vezes dramáticos, o humilde carpinteiro de Nazaré nunca arrogou para si mesmo o direito de pôr em discussão o projeto de Deus. Esperou a chamada do Senhor e em silêncio respeitou o mistério, deixando-se orientar pelo Altíssimo. Quando recebeu a tarefa, cumpriu-a com dócil responsabilidade: escutou solícito o anjo, quando se tratou de tomar como esposa a Virgem de Nazaré, na fuga para o Egito e no regresso para Israel (Mt 1 e 2, 18-25 e13-23). Com poucos mas significativos traços, os evangelistas o descreveram como cuidadoso guardião de Jesus, esposo atento e fiel, que exerceu a autoridade familiar numa constante atitude de serviço. As Sagradas Escrituras nada mais nos dizem sobre ele, mas neste silêncio está encerrado o próprio estilo da sua missão: uma existência vivida no anonimato de todos os dias, mas com uma fé segura na Providência. Somente uma fé profunda poderia fazer com que alguém se mostrasse tão disponível à vontade de Deus. José amou, acreditou, confiou em Deus e no Messias, com toda sua esperança. Apesar da grande importância de José na vida de Jesus Cristo não há referências da data de sua morte. Os teólogos acreditam que José tenha morrido três anos antes da crucificação de Jesus, ou seja quanto Jesus tinha trinta anos. Por isso, hoje é dia de festa para a Fé. O culto a São José começou no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade. Em 1870, o Papa Pio IX o proclamou São José, padroeiro universal da Igreja e, a partir de então, passou a ser venerado no dia 19 de março. Porém, em 1955, o Papa Pio XII fixou também, o dia primeiro de maio para celebrar São José, o trabalhador. Enquanto, o Papa João XXIII, inseriu o nome de São José no Cânone romano, durante o seu pontificado. Qual a missão especial de José com relação a Maria? Consistiu Ela sobretudo em preservar a virgindade e a honra de Maria, contraindo com a futura Mãe de Deus um verdadeiro matrimônio, mas absolutamente santo. Conforme relata o Evangelho de São Mateus (1, 20): “O anjo do Senhor, que apareceu em sonho a José lhe diz: “José, filho de Daví, não temas receber Maria como tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo”. Maria é perfeitamente sua esposa. Trata-se de um matrimônio verdadeiro (cf. Santo Tomás, III, q. 29, a. 2), mas inteiramente celeste e que devia ter fecundidade inteiramente divina. A plenitude inicial de graça dada à Virgem em vista da maternidade divina fazia apelo em certo sentido ao mistério da Encarnação. Conforme diz Bossuet: “A virgindade de Maria atraiu Jesus do céu… Se sua pureza a tornou fecunda, não hesitarei, no entanto, em afirmar que José teve sua parte nesse grande milagre. Pois tal pureza angélica, apanágio da divina Maria, foi também o desvelo do justo José”. Era a união sem mácula e inteiramente respeitosa com a criatura mais perfeita que jamais existira, em ambiente extremamente simples, qual o de um pobre artesão de aldeia. Assim, José se aproximou mais intimamente do que qualquer outro santo daquela que é a Mãe de Deus, daquela que é também a Mãe espiritual de todos os homens e dele próprio José, daquela que é Co-Redentora, Mediadora universal, dispensadora de todas as graças. Por todos esses títulos José amou Maria com o mais puro e devotado amor; era de certo um amor teologal, porquanto ele amava a Virgem em Deus e por Deus, por toda a glória que ela dava a Deus. A beleza de todo o universo nada era em face da sublime união dessas duas almas, união criada pelo Altíssimo, que encantava os anjos e ao próprio Senhor enchia de júbilo. Qual foi a missão excepcional de José perante o Senhor? Em verdade, o Verbo de Deus feito carne foi confiado a ele, José, de preferência a qualquer outro justo dentre os homens de todas as gerações. O santo velho Simeão teve o menino Jesus em seus braços por alguns instantes e viu nele a salvação dos povos ― “lumen ad revelationem gentium” ― mas José velou todas as horas, noite e dia, sobre a infância de Nosso Senhor. Muitas vezes teve em suas mãos aquele em quem via seu Criador e Salvador. Recebeu dele graças sobre graças durante os vários anos em que viveu com ele na maior intimidade do dia-a-dia. Viu-o crescer. Contribuiu para sua educação humana. Jesus lhe foi submisso. É comumente chamado de “pai nutrício do Salvador”; porém em certo sentido foi mais que isso, pois como nota Santo Tomás é acidentalmente que após o casamento um homem se vem a tornar “pai nutrício” ou “pai adotivo”, enquanto que não foi absolutamente de forma acidental que José ficou encarregado de zelar por Jesus. Ele foi criado e posto no mundo precisamente para tal fim. Esta foi a sua predestinação. Foi em vista de tal missão divina que a Providência lhe concedeu todas as graças recebidas desde a infância: graça de piedade profunda, de virgindade, de prudência, de fidelidade perfeita. Sobretudo, nos desígnios eternos de Deus, toda a razão de ser da união de José com Maria era a proteção e a educação do Salvador; Deus lhe deu um coração de pai para velar pelo menino Jesus. Esta é a missão principal de José, em vista da qual ele recebeu uma santidade proporcionada a seu papel no mistério da Encarnação, mistério que domina a ordem da graça e cujas perspectivas são infinitas.