Santuário Arquidiocesano São Miguel e Almas

Divina Misericórdia

A Misericórdia Divina está sempre ao nosso alcance


    A festa do Corpo de Cristo tem uma longa história. No final do século XIII em Liège, na Bélgica, havia um grande movimento eucarístico. S. Juliana teve a inspiração de fazer uma festa para o Santíssimo Sacramento. O Papa Urbano IV, quando era padre, era seu orientador. Ele instituiu a festa para toda a Igreja.
    Não podemos dizer que perdemos o fervor antigo, só porque não fazemos como antigamente. Atualmente, estamos mais voltados para a Eucaristia como um todo, no qual o Sacrifício e o Sacramento estão unidos. O Santíssimo Sacramento não é um santo a mais.
    Por outro lado, perdeu-se muito do sentido da presença de Jesus na Eucaristia. Há muito a se recuperar. Se Ele está ali sob as espécies de pão e vinho, deve ser reconhecido e adorado. É o mesmo Cristo que recebemos na Eucaristia e trazemos em nós depois da comunhão. Somos sacrários vivos da Eucaristia. Estamos, assim, unidos à Páscoa de Jesus.
    Rezamos na oração da missa: “Neste admirável Sacramento, nos deixastes um memorial de vossa Paixão”. Memorial não é somente uma lembrança, mas atuação da presença Daquele que nos salvou em seu Mistério Pascal. Lemos como Deus alimentou seu povo com o pão do Céu e fez tantas maravilhas para seu povo.
    Paulo nos ensina que o vinho é o Sangue de Cristo e o pão é seu Corpo. Por eles, entramos em comunhão com Cristo e todos formamos um só corpo, pois participamos do único Pão. Este memorial não é só uma lembrança, mas é sinal da Salvação.
    Na celebração eucarística, se anuncia a Morte e Ressurreição do Senhor para a vida do mundo. A fome do mundo mostra que ainda celebramos mal. 

    Comer a carne 

    O capítulo VIº do Evangelho de São João narra, de modo estupendo, o ensinamento sobre a Eucaristia. Entre os grandes sinais que nos levam à fé, está o Pão da Vida. Primeiro, fez o milagre da multiplicação dos pães. É a explicação do que vai ensinar. O ponto de partida é crer “Naquele que Deus enviou”. A prova que Deus O enviou é o Pão do Céu.
    Moisés deu o maná. Jesus afirma: Eu sou o Pão do Céu. Quem crê, tem a vida eterna. Cremos em Jesus, que é o Pão do Céu. Quem come deste Pão tem a vida eterna. O Pão é sua carne dada para a vida do mundo. Na Ceia Jesus toma o pão e diz: Isto é o meu corpo... Tomando o cálice de vinho, diz: Isto é meu sangue (Mt 26, 26-29). João coloca sob o prisma da Páscoa. Os judeus se escandalizaram e se afastaram.
    Pedro professa a fé: “A quem iremos? Só Tu tens palavras de vida eterna e nós cremos que és o Santo de Deus” (68). Comer a carne de Cristo na Eucaristia é ato de fé que nos leva a buscar o Pão da Vida para recebê-Lo em nós e nos transformarmos Nele. Jesus escolheu o pão para simbolizar como se realiza esta transformação. O pão não é um símbolo vazio, mas o Corpo do Senhor. Assim ensina a fé cristã. O pão e o vinho consagrados são o Corpo e Sangue de Jesus. 

    Sustento na caminhada 

    Celebrando este Memorial, também na adoração deste mistério, recebemos os frutos da redenção. Jesus é adorado e recebido para entrarmos em comunhão com Ele. Quanto mais conheço Jesus, mais o busco na comunhão. Por ela, entro em comunhão também com os irmãos e me disponho a gerar comunhão com todos.
    Dizemos que somos sacrários vivos da Eucaristia, pois O levamos aos outros, e assumimos sua vida, que veio para dar vida. Se não dermos vida, ainda não aprendemos a comungar.
    Celebrar a festa de Corpus Christi é reconhecer sua presença na Eucaristia e mostrar exteriormente que cremos em sua presença. Esta fé nos leva a reconhecer sua presença nos outros.
    Padre  Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
    Missionário Redentorista